quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Seu garçom faça o favor de me trazer depressa

Eu não sei se a rodada de Doha vai finalmente sair do papel, se incentivos agrícolas nos Estados Unidos vão diminuir a expectativa de vida de crianças barrigudas na Namíbia ou se o Tratado de Outro Preto inviabilizou a indústria de calçados na Argentina. Eu só sei que a globalização trouxe ao Brasil uma grande vilã: - a máquina de café expresso. Eu não gosto de café expresso, acho forte demais, mas não acho que o café em si seja o problema. Simplesmente perdemos o hábito de tomar um bom café passado, no bule e na xícara, ou no copo, se na padaria. Simplesmente a Maricotinha não pode mais se gabar de passar o melhor café do prédio e desdenhar o café da Célia, a vizinha do 502. E no almoço aos domingos o café é feito em etapas, sempre com alguém em pé e de fora da conversa. Agora uma “média” virou um “latte” e tem espuma, e o pão na chapa foi trocado por invenções passageiras, a mais recente o “cupcake”. Tomar um cafezinho deixou de ser uma atividade doméstica e coletiva e passou a ser um ato solitário em frente a um Macintosh. Pela beatificação das donas de casa passadoras de café. Pela volta dos coadores de pano. Pela valorização dos copos americanos Nadir Figueiredo.

Laura

2 comentários:

  1. E VIVA a máquina de café expresso!!! Tenho uma em casa e acho o máximo!!!... Também VIVA a rede Starbucks e outras, com seus latte e cupcakes (nham-nham...)!!!! \O/

    O mundo caminha para frente, sempre com novidades. Não é lugar pra velhos que só sabem fazer a mesma coisa ha mais de 80 anos, desde que nasceu. :-)

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  2. Essa doeu, seu Rubens.
    Espero que alguém lhe diga o mesmo daqui a 80 anos.

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