Durante anos cruzei todos os dias o mesmo mendigo em uma esquina perto de casa. Desenvolvemos uma certa camaradagem. Começou como ambulante –bala, pano de prato, cereja no Natal. Depois passou só a mendigar. (Admiro os que por princípio não sucumbem à mendigagem, mas desconfio que o IRR seja insuperável.) Vez ou outra ele me pedia ajuda para comprar “uma cesta básica”. Um dia sumiu. Passei anos sem vê-lo, até que outro dia ele me abordou em outra esquina, em outro bairro:
- Querida, quanto tempo! Vc. tá ótima. Engordou, né?
...
Laura
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